Crónicas em forma de sermões, uns patriotas outros não, tapem os ouvidos se quiserem mas abram os olhos para o Sermão!

segunda-feira, setembro 25, 2017

O panorama do Ruído PIMBA Nacional


Eu queria começar por dizer: “Estamos a chegar ao fim dos festivais de verão” MAS estamos a chegar à última metade de Setembro e ELES NÃO ACABAM! Parecem ser cada vez mais a cada ano. Festivais para todos os gostos e feitios! Mas tudo bem, ao menos têm boa música, na maioria dos casos, já o mesmo não se pode dizer das típicas festas locais, que não terminam com o Verão, essas contam com o dito "Mini Local Fest" ao longo de todo o ano, consoante a data dos festejos padroeiros. Essas pequenas festas contam SEMPRE com algo que se assemelha a zumbidos, estridência… digamos "ruído", na maioria PIMBA, COM A TÍPICA BATIDA AO ESTILO PORTUGUÊS, a chamada música popular ligeira.


É impossível não ver os cartazes espalhados por todo o lado, até em estradas nacionais onde só se avista pinhal, talvez para as pessoas, que não vão ao “centro” durante uma semana inteira, tomarem conhecimento que o Tozé Cabrito, grande sensação nacional do momento, e a Rebeca Boacumó Milho vão estar presentes no evento.

Parece-me que até vão aproveitar os cartazes das festas da Ágata para poupar uns trocos na campanha eleitoral dela!


Pessoalmente, nunca gostei deste “tipo de som”. Quando era adolescente já ouvia rock e pensava que as pessoas só ouviam música popular ligeira, porque não conheciam melhor. Na minha inocência, acreditava que se essas pessoas ouvissem música a sério, com qualidade musical, como Rui Veloso, UHF, Jorge Palma, Carlos Paredes, Sérgio Godinho, Pólo Norte, Resistência, Xutos e Pontapés, e a lista é longa, etc etc etc, descodificariam a porcaria do ruído pimbalógico que ouviam. Mas que engano o meu… Afinal as pessoas até conhecem os nossos grandes músicos e compositores, pelo menos alguns, mas continuam a gostar de PIMBALHADA! Porquê? Porque a realidade é que essas pessoas afinal não apreciam verdadeiramente música, mas sim a festa em si, o ruído, o arraial, e, às vezes, a imagem, a aparência e a futilidade.


Seja como for, o “PIMBA” não deixa de ser um fenómeno nacional, exibido nas tvs e redes sociais mundialmente, mostrando os portugueses como uma espécie de homens das cavernas, que dançam ao som de ruído sem harmonia musical, enquanto comem presunto e bebem tinto como se estivessem há 5 dias no deserto sem água. Mais ou menos dentro do espírito das touradas que os imbecis continuam a dizer que é cultura espetar os touros e que se não fossem as touradas eles estavam em extinção. Ou seja, se algo for do interesse e prazer de alguém assim mais importante, e egocêntrico, pode ser considerado cultura. Apesar da evolução a que assistimos todos os dias, do ponto de vista sociológico e cultural, há pessoas que continuam estagnadas por vontade própria ou ignorância ou futilidade (vontade própria, repito).


Seria de acreditar numa evolução musical, com tão grandes músicos há tantas décadas, mas ainda há tanta gente, em pleno ano 2017, que prefere ouvir PIMBALHADA, que, na maioria, repito, na maioria, aposta na imagem e não na qualidade musical. Mas estes “músicos” não preferiam ser valorizados musicalmente? Muitos artistas passaram fome porque queriam ser apreciados pelo valor da sua arte, esse é o amor, a paixão pela arte, seja ela qual for. Os “músicos” de “música” de má qualidade, para não dizer pior, nem sequer dão uma oportunidade para serem apreciados, começam logo com a campanha visual primeiro! E depois há aqueles que até podiam ter ido por um bom caminho, onde já estavam em miúdos, tipo a Malhoa, mas mesmo assim, foram do bom nome que ainda tinham para a total m****.


E por falar na Mamalhoa, lembrei-me de outra coisa, o PLAYBACK!! Nunca me habituarei a ver seja quem for a fazer playback, é desprovido de alma, torna tudo tão falso, teatral, não há o feeling da música, mas o pior são aqueles cantores que não o sabem fazer de maneira nenhuma! Alguns enganam-se, de forma descomunal! Outros parecem estar a cantar numa língua extraterrestre que não tem nada a ver com a letra da música e que também não conseguimos ler pelos lábios. Outros têm um jeito de abrir a boca tão exagerado, tipo Ágata e a Malhoa então, é pro, mas neste caso talvez seja uma necessidade compulsiva de exercitar as mandíbulas como uma espécie de chamamento ou dança de acasalamento para homens, enrolada em película aderente porque acha que é bom para manter o efeito estufa e queimar gorduras durante os videoclips. Sinceramente deviam criar um Top+ dos mais ridículos e não era a Maria Leal que ficava no 1º lugar, longe disso! 

Aliás, nalguns (muitos) casos, nem se deveria chamar "música" PIMBA, afinal, estão quase nuas, são provocadoras, e a letra que cantam parece
um diálogo de obscenidades, logo deveria chamar-se: "Música" PORNO, claro!


É uma pena ver tantos bons músicos sem oportunidades das editoras, a quantidade de “RUÍDO NACIONAL” nos dias de hoje ultrapassou todas as escalas das probabilidades o que é um indicador da estupidez nacional, dos padrões da NÃO exigência da qualidade, é como ir ao continente, têm lá de tudo, mas escolhem sempre o pior, mais barato e descartável que houver, depois ficam doentes e não sabem porquê…


Apesar de não apreciar música popular ligeira, e de ficar numa espécie de enjoo cada vez que tenho que ir a um casamento porque já sei que nem com algodão nos ouvidos me livro de ouvir PIMBA ou outros ruídos latinos do mesmo tipo, eu dou mérito a quem o merece. Não há muitos nomes mas acho que apesar do nome Pimba ter derivado duma composição do Emanuel, não posso deixar de dizer que pelo menos ele merece algum mérito pela sinceridade com que cria e produz. É formado em guitarra clássica e em música clássica, foi professor durante oito anos antes, dirigiu pequenas orquestras, tocou em bares e lançou um disco só com instrumentais, foi produtor, orquestrador e compositor de vários intérpretes. Mas, principalmente, o sucesso não lhe subiu à cabeça, é um homem simples, humilde e não faz plágio! Há que dar valor a quem compõe pelas razões certas!


Já estava mesmo a carregar em “publicar” o texto e o panorama do "Ruído Pimba" Nacional EXPLODE COM NOTICIAS DE ULTIMA HORA: PLÁGIO!! Eu ouvi a palavra plágio e pensei “Bem deve ser alguma banda pequena que plagiou um grande som”, qual quê? Foi o Tony! O Tony? Que Tony? O que veio do NADA? Aquele que faz as peixeiras gritarem nos concertos? Aquele que todos dizem que é humilde e não explora ninguém! Aquele que nem sequer explorou aquela banda, as Tentações, que tanto se queixaram que foram exploradas e obrigadas, POR ELE, a cantar semi-nuas? Então Tony, ai Tony Tony, a plagiar m***? Então não plagiavas umas músicas de qualidade? Pois eu sei, vieste do nada, e no NADA não há música de qualidade para ouvir… Mas não podias ter plagiado só o som ou só a letra, tinhas que ter tudo?? Como é ser adorado por algo que não fizeste? Não pensas nos teus filhos que começam agora a carreira? Afinal que carreira é que lhes ensinaste a seguir? Uma carreira de música ou uma carreira à CARREIRA plagiada? Isto era como arriscar ficar com cadastro para roubar um saco de rebuçados Flocos de Neve! E, além do cadastro, ainda ficavas com dispneia ou uma fibrose pulmonar causada pelo dióxido de titânio, usado como corante desses rebuçados, o mesmo que usam nas tintas brancas, nos filamentos das lâmpadas… etc etc. Mas o que me deu mesmo vontade de rir foi quando li “plágio resolvido”. Então resolveste? Como? Foste ao contabilista ver quanto ganhaste com cada uma dessas “músicas” e tiraste do teu império o que estava a mais para devolveres aos donos das “músicas”, que se calhar até podem andar a passar fome…


Apesar desta notícia de última hora, não vou precisar de mudar nada no post. Afinal esta notícia não muda nada, já sabemos que muita da “música” PIMBA não é original mas cópia autorizada, no caso do Tony “cópia não autorizada”, o que realça ainda mais tudo o que já disse, este país está cheio de grandes compositores mas as pessoas continuam a ouvir PIMBA, que além de evocar um vazio da qualidade musical e da evolução da sociedade, mostra o quão fraca é a exigência dos portugueses que continuam a amealhar para impérios de quem não se esforça nem merece valor musical, seja do PIMBA ou das cópias não autorizadas do Tony.

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