terça-feira, agosto 22, 2017

Jerry, Jerry, Jerry...

Cresci a ver os filmes dele, a ver o meu pai a imitar as caras dele, o quanto me fez rir, chorei de tanto rir com o Jerry. Mesmo antes de compreender inglês já via os filmes dele com os meus pais, ele inspirou-me, é, e será sempre para mim, inimitável, alguém que me inspirou a ser como sou.

Há um mês atrás falávamos de comediantes entre amigos, eu dizia o que sempre digo, para mim Jerry Lewis e Jerry Seinfeld serão sempre os melhores. Embora o Lewis me tenha influenciado como pessoa e o Seinfeld já me tenha apanhado na fase quase adulta, ambos me inspiraram, idolatrei-os, admirei-os e sempre admirarei. Quando alguém comentou durante a conversa que o Jerry Lewis já não era novo e qualquer dia não estaria entre nós, senti um frio no corpo e a minha resposta imediata foi "Não quero que ele morra...". Mas ninguém é imortal, pelo menos em vida, porque nos nossos corações tornam-se imortais...

Ao longo da minha vida achei, muitas vezes, exagerada a forma como as pessoas choravam aos gritos em funerais de algumas pessoas mediáticas que nunca conheceram, mas compreendo que há pessoas que nunca conhecemos mas que "crescem connosco", embora distantes e inatingíveis, mas que se tornam importantes para nós, por razões que só cada um sabe. Mesmo à distância, pela forma de serem, de estarem, pelo que dão, pelo que fazem, por uma frase que digam, pelo que defendem, pelo que acreditam, pelo que transmitem, podem mudar a vida de qualquer um de nós, e quando partem conseguem deixar um vazio dentro de nós.

Pouco há que eu possa dizer que seja suficiente para homenagear o homem fantástico que foi Jerry Lewis. Não deixou o mundo mais pobre por ter partido, pelo contrário deixou-nos um legado, ensinou-nos, inspirou-nos, encheu-nos de carinho, de apreço, de amor, de alegria.

Evoca à nossa infância, aos momentos felizes, às nossas lágrimas na adolescência transformadas em risos. Faz-me lembrar o meu pai e a minha mãe, todos juntos na sala a ver um filme e a rir, faz-me sentir o cheiro de uma infância que começa a ficar mais distante do que alguma vez pensei que pudesse ser, mas é o tempo, não pára, apenas as memórias são imutáveis e algumas nunca serão esquecidas.

Alguns dizem que o Jerry era um génio, eu acredito que sim, multifacetado e brilhante, foi actor, comediante, cantor, músico, produtor, escritor e um grande humanitário, chegou a ser indicado para o prémio nobel da paz.

Podia dizer que foi uma grande perda, porque foi, sentiremos a falta dele, mas ele nunca estará perdido porque quem cresceu com ele, quem o admira jamais o perderá. Só tenho pena de uma coisa, nunca o ter conhecido, abraçado e dito "obrigada"...






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