quarta-feira, junho 21, 2017

Portugal a arder e os "Imperadores" a ver



Dizem que não é o momento, que agora temos apenas que ser solidários, mas não é o momento de fazer perguntas... Não? Então vamos deixar o fogo alastrar e em vez de lutarmos pelo que deve ser feito, vamos sentar-nos apenas a ver as notícias, para sentir solidariedade?

Ser solidário é ajudar, é lutar pela justiça e bem-estar dos outros, não é dizer que lamentamos. Não há lamento nenhum que salve vidas, se queremos salvar vidas temos que lutar pela mudança!

A sensação que tenho é de que Portugal é uma espécie de arena romana, onde tudo pode acontecer, e os nossos "imperadores" estão lá em cima sentados a assistir  tudo na tribuna imperial. Pedem-se verbas para mais uns submarinos e eles levantam o polegar, pedem-se uns aviões de combate ao fogo e eles baixam o polegar e nisto assiste-se ali na arena ao resultado da decisão, Portugal a arder, e não é a trovoada seca que faz Portugal arder, o que faz com que tudo arda é a falta de meios de combate, porque os financiamentos estão todos atracados na marinha, a ver passar as gaivotas.

Ali estão eles, os nossos "imperadores" políticos sentados nas cadeiras do seu coliseu parlamentar, a decidir tudo o que nos acontece na "arena", se nós lhes pudermos dar algum lucro deixam-nos viver, se não pudermos chamam os leões! E é então que se repete a noite de 18 de Julho de 64 d.C. em que Roma ardeu, e embora os historiadores digam que não, não sabem, e o que se sabe é o que muitos contaram naquele tempo, que fora Nero que ordenara que incendiassem Roma para poder construir o seu complexo palaciano. Serão os governos como Nero? Tiranos e gananciosos? Não sabemos, porque agora tudo é muito bem ocultado, escondido, todos se vendem e se compram...

A única coisa que sabemos é que arde muita coisa neste País por interesses políticos e financeiros, arde muita madeira e muito ar puro em nome de empresas e lucros, há muito crime escondido e ocultado e, se realmente, o primeiro-ministro tem uma preocupação real com esta situação, que faça então mais do que foi falado da boca até agora. Começando por fazer a revisão prometida ao Decreto-Lei n.º 96/2013, de 19 de julho ("lei das arborizações e desarborizações") de forma a limitar a expansão da área do eucalipto entre outras coisas, por exemplo, deixar de financiar as fábricas de celulose e a plantação de eucaliptos e que crie condições no ordenamento do território florestal. Sim pode fazer isso!

Podem colocar os prisioneiros a limpar o mato e a ajudar a criar os trilhos, é trabalho comunitário e é imperativo fazê-lo.

Em vez de gastarem em frota militar que invistam nos bombeiros, são eles que precisam de aviões, mais do que os ministros precisam de jactos para se deslocar.

Em vez de terem submarinos, com altos gastos de manutenção e combustível, a vigiar a nossa ZEE, comprem drones e vendam os submarinos! Só esse dinheiro desperdiçado, que ainda andamos a pagar, dava para muitos aviões de combate ao fogo, carros, equipamento, máscaras, etc etc etc...

Todos os anos a mesma coisa... Já nem é questão de dizer que não aprendem! Porque eles sabem mas não querem saber. É questão de dizer: BASTA!

O Estado tem que financiar os bombeiros! É o nosso País, o País que estes "imperadores" prometem sempre que vão melhorar pelo povo! Como podem preferir mandar a economia mais abaixo com estas desgraças em vez de as prevenirem? Como podem financiar todo o tipo de empresas supérfluas e fantasma, que lhes enche os bolsos a eles em vez de financiarem os bombeiros no que for necessário para salvar as vidas das pessoas e o País? País que estes "imperadores" juraram um dia proteger! 

Sem comentários:

Enviar um comentário